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Thursday, July 26, 2007

Santuário rupestre, Santo Antão

Santuário Rupestre no Monte de Santo Antão
(Moledo - Caminha)
Mitraeum (?)


Em prospecção realizada a 14 de Abril do corrente ano, no Monte de Santo Antão, concelho de Caminha, por iniciativa de António Baptista Lopes, Augusto de Sá, Raul do Carmo Reis, membros da CONDECA, associação que se dedica à prospecção e defesa do Património Histórico de Caminha, e de Cassilda Barros da Cunha e Fátima Duarte Costa, alunas da FLUP onde concluíram licenciatura em Arqueologia, e Cândido Verde, investigador galego, em equipa que se dedica ao estudo de gravuras rupestres na região do Baixo Minho, detectou-se um santuário rupestre entalhado no afloramento granítico de um esporão a W da capela de Santo Antão, com as seguintes coordenadas:
longitude 08º 35’ 49” W - latitude 41º 08’ 22” N - altitude 320 metros.










Fica implantado num maciço granítico, circundado por uma cerca sub-circular composta de blocos ciclópicos, aparentemente como parapeito exterior, assente em vestígios de muralha mais regular, atribuível à época da romanização (séc. I /III). No plano superior do lado Sul, gravuras rupestres, que se consideram de anterior cronologia, apresentam-se erodidas e, sobre elas, assinalam-se vestígios de assentamento de construções posteriores pertencentes ao santuário.







Petróglifo n.º 1 – decorado com fossetes e com desenho esquemático de quadrícula. A pedra aparenta desgaste para assentamento de alicerces de edificações quadrangulares.













Petróglifo n.º 2 – na parte inferior do rochedo, com fossetes dispersas na periferia, circundando uma diaclase, existe uma espiral feita de segmentos de recta e um conjunto de motivos florais. Nesta pedra está também insculturado um reticulado. Paralelos desta grelha, existem vários neste conjunto de Santo Antão, na Gelfa, e também na outra margem do rio Minho.


Petróglifo n.º 3 – pedra com uma larga fossete associada a motivo floral, com uma haste de onde partem tramos que ligam outras fossetes menores. A haste é atravessada por um cruciforme. A pedra é de formato quadrangular e tem insculturado um quadriculado. Este aparece encostado a uma canelura que tem a sua origem na fossete maior e aparenta tipologia floral.



Petróglifo n.º 4 A – tem reticulado alinhado com uma diaclase, adaptado a uma pedra em forma de sela, com a zona central muito desgastada. Tem uma fossete associada à grelha no canto superior direito.

Petróglifo n.º 4 B – na parte superior tem uma fossete e uma quadrícula alinhada com as diaclases. Esta está associada a um motivo floral na parte inferior.





Petróglifo n.º 5 – tem recticulado alinhado com a diaclase na parte inferior, com uma figura aparentemente escutiforme no seu interior. Na parte central, sem qualquer alinhamento geométrico, tem uma fossete de grandes dimensões, rodeada de outras menores, associadas a caneluras. Na base, parece ter existido, eventualmente, uma fossete com circunferências concêntricas.


A Norte, no plano inferior de todo o conjunto rochoso, na zona central do santuário, ligeiramente inclinado, observaram-se cinco cavidades rectangulares de idêntica tipologia, escavadas em aro, com as seguintes medidas:

n.º 1 - largura 27cm x 46cm x 7cm.
n.º 2 - largura 23cm x 46cm x 6cm.
n.º 3 - largura 27cm x 41cm x 4cm.
n.º 4 - largura 20cm x 41cm x 8cm.
n.º 5 - largura 18cm x 43cm x 8cm.




O conjunto que constitui a parte nuclear do santuário está implantado numa área de aproximadamente 15 metros quadrados
Aproveitou-se a limpeza da vegetação rasteira de ervas, tojo e giestas, que encobria parte dos rochedos, e fotografou-se toda a área.
Trata-se de um santuário, relacionado com cultos orientais que acompanharam a romanização, provavelmente dedicado a Mitra, tendo em conta paralelos existentes.
Santuários como este documentam-se mais três no Monte de Santo Antão e outro em Loivo, Vila Nova de Cerveira, num esporão sobre o rio Minho, em frente à ilha da Boega.


No âmbito envolvente do santuário que descrevemos, dentro do perímetro amuralhado, existe um petróglifo em afloramento, aproximadamente a uns 25 metros para nascente, com as coordenadas:
longitude 8º 50’ 19” W - latitude 41º 50’ 44” N - altitude 388 metros.



Consta de cinco caneluras concêntricas visíveis e tentativa de uma sexta, com fossete central. Mede 80cm x 85cm. É frequente este tipo de gravura em ambos os lados do rio Minho. Várias ornamentam um rochedo em Soutelo do Freixieiro, Viana do Castelo.
Motivo decorativo paralelo existe nas matrizes cerâmicas e na ourivesaria castreja, em peças atribuíveis do período II, de A. C. F. Silva 86.

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