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Monday, January 01, 2007

Ponte de Vilar de Mouros

Ponte de Vilar de Mouros




Ultimamente tem-se notado da parte da Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, e também da Câmara Municipal de Caminha, preocupação em preservar de colapso a ponte dita medieval de Vilar de Mouros. Medieval por seu cavalete ser alteado no centro e ter alguns de seus arcos apontados em ogiva. Mas quem bem analisar a estrutura do cavalete, aparelho lateral, dimensões e recorte das aduelas dos seus arcos notará múltiplas reformulações, certamente provocadas por parciais derrubes em cíclicas invernias como a que ultimamente a fustigou. O mesmo sucedeu à de Alfena, em Valongo, que guardou assinalado o nível de água mais alto atingido com sinal datado de 1771 e que, irmã desta nas desgraças, sofreu mais radicais alterações.

A parte da ponte de Vilar de Mouros que, na margem direita do rio liga ao lugar do Funchal, no seu desenho e recorte das aduelas do arco redondo e dos olhais que o ladeiam, no aparelho bem horizontalizado dos paramentos laterais, nada difere da estrutura de outras pontes reconhecidas como romanas, entre nós e fora de fronteiras. Destruições causadas por cíclicas inundações como a ultimamente documentada fotograficamente por L. Almeida em Caminha 2000 terão exigido reformulações. Quem bem examinar a reformulação e recorte das aduelas dos arcos maiores, que fazem altear o cavalete, verificará que têm tratamento diferente e mais rude. Foram repicadas e adaptadas para transformação de arco redondo em arco apontado. O aparelho dos paramentos é desordenado e apressado. Mas, com a transformação, deu-se mais solidez à ponte; as pressões horizontais nos arcos passaram a verticalizar-se. A confirmar a existência de ponte pré-medieval acrescem outros vestígios ainda: na parte mais sólida e mais recente, talude sem guardas da margem esquerda do rio que dá para os largos da capela e o das festividades, no aparelho lateral, a jusante, duas pedras reaproveitadas têm cavidades de secção rectangular, alargadas no interior, feitas para forfex de luva, indiciando pertencerem à estrutura primitiva e, pelo tipo mecanismo de elevação usado para as alçar, presumivelmente romano. Finalmente, sob o estradão lajeado que bordeja o rio na margem esquerda e que dava acesso à ponte, existe outro lajeado que, segundo costume romano em zonas pantanosas ou alagadiças, está assente, nesse tramo, em estacaria, como se verificou, alguns anos atrás, quando a corrente do rio erodiu a margem, pondo a descoberto a antiga estrutura a uns cinquenta metros a jusante da ponte, destruição colmatada pela Junta de Freguesia com solidificação da margem. Ponte pré-medieval? Sim e de sempre que o rio obrigou a restaurá-la.

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