Vozes de Caminha

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Saturday, May 01, 2010

Hoc putas?! Estás de acordo?!


HOC PUTAS?!

Por que é que entrou na moda rapazes e raparigas usarem as calças descaídas por baixo do cu e alças descidas?

É pedido de atenção algo fora do normal, marketing de “rosto” muito exposto!

Mas se a crise já chegou também aí e os e as jovens precisam de mostrar a mercadoria toda para se relacionarem… é andar com os boxers e outras chichas ao léu, a gosto dessa geração que, por isso, a si mesma se chama “geração Y”!



COMO SURGIU A MODA

Esta tendência moderna nasceu nas prisões dos Estados Unidos onde, como nos explica em excelente texto J Ferrão, os reclusos acalorados, receptivos a ter relações sexuais homófilas, à canzana, inventaram um código intra-muros com que, fintando a fraca imaginação dos guardas americanos, passasse despercebida a publicitação dos respectivos trazeiros, para não sofreram consequências... Usar calças descaídas por baixo do rabo significava pôr-se a jeito e mostrar que estavam dispostos a aclientar, para sexo rabal, parceiros que ousassem “saltar a cerca”... É o …SIMPLEX!
Estou em crer que foram os surpreendidos guardas prisionais a exportar a moda para benefício da comunidade internacional gay e admiradores!

Perdoe J Ferrão acrescentos e adulterações do seu excelente e instrutivo texto!

Thursday, March 26, 2009

Democracia directa

Quinta-feira, 26 de Março de 2009
Fundação do Movimento para a Democracia Directa
É hora! Sem aliviar a luta, é hora da conjurar a construção do futuro! Sem medo do desafio patriótico que aqui se lança.

É hora de libertar a alma, abrir o coração e unir vontades. Ousemos!

É esta a hora, e nenhuma outra tardia, de criar um movimento para a democracia directa. Um movimento de cidadania activa, que congregue cidadãos de diversas origens, cores e áreas políticas, filosóficas, religiosas e culturais, para restabelecer as regras do jogo democrático. Um movimento - que não é um partido - para promover a reforma da democracia representativa e recuperar o poder do povo, usurpado por representantes iníquos.

A situação gravíssima do País, sofrida no descalabro da alta/baixa política, reclama a bravura da intervenção pública. Por isso, é hora de convocar os cidadãos de boa fé e rija fibra, para a renúncia do conforto, o risco da iniciativa e o esforço do serviço humilde da comunidade. Quem sinta, que se junte! Quem sofra, que se erga! Quem queira, que se una! Puxemos para a acção conjunta a alma justa e vigorosa dos cidadãos preocupados!

No próximo sábado, 28-3-2009, pelas 15 horas, no Auditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça, vai ser fundado o "Movimento para a Democracia Directa - DD". Se aceita a Declaração de Princípios que abaixo publico, junte-se a nós, venha á reunião de fundação em Alcobaça, divulgue a nossa proposta nos blogues, nos fora e por mail, e traga um amigo também.


"Declaração de Princípios do
Movimento para a Democracia Directa - DD


Tendo em conta a degenerescência irreparável da democracia representativa para uma oligarquia de representantes, só aproximando os cidadãos da escolha e decisão políticas será possível desenvolver continuamente em Portugal os valores da Democracia, do Estado de Direito, da Liberdade e da Dignidade Humana. Assim, os membros concordam com a afirmação e a promoção de um Movimento para a Democracia Directa.


1. O Movimento para a Democracia Directa defende eleições primárias dentro dos partidos para a escolha dos candidatos a cargos electivos do Estado e autarquias, bem como eleições directas nos partidos para os cargos dirigentes das suas estruturas nacionais, regionais e locais, sempre dentro de regras legais de estrita democraticidade interna dos partidos.

2. O Movimento para a Democracia Directa pugna pela total clareza do financiamento partidário e eleitoral, fiscalizado por entidade judicial, com sanções penais e de perda de mandato para os casos de incumprimento;

3. O Movimento para a Democracia Directa defende, como forma de transparência do sistema político, o escrutínio e prestação de contas, mormente através da audição parlamentar obrigatória de todos os escolhidos para cargos governamentais e para cargos dirigentes de nomeação do Governo e da Assembleia da República;

4. O Movimento para a Democracia Directa considera fundamental a responsabilização pessoal dos eleitos, designadamente a consagração da convocação popular de eleições (recall), a suspensão do mandato de titulares de cargos políticos acusados de crimes de relevo e a supressão da imunidade por factos estranhos ao mandato político;

5. O Movimento para a Democracia Directa considera indispensável para o bom funcionamento das instituições democráticas a obrigatoriedade de registo dos interesses dos candidatos a cargos políticos, de nomeação política, partidários, magistrados e altos cargos da administração pública (nomeadamente a sua pertença a organizações secretas), além da apresentação obrigatória da declaração de rendimentos e patrimonial, com perda automática de mandato, ou demissão, por incumprimento ou falsas declarações;

6. Para o Movimento para a Democracia Directa afigura-se necessária à aproximação entre representantes e representados a adopção de um sistema eleitoral misto nas eleições para a Assembleia da República, com circunscrições de eleição uninominal e um círculo eleitoral nacional que garanta uma representação parlamentar de tendências minoritárias;

7. O Movimento para a Democracia Directa defende uma real separação dos poderes legislativo, executivo e judicial, nomeadamente um verdadeiro auto-governo das magistraturas através de Conselhos Superiores sem representantes de nomeação política;

8. O Movimento para a Democracia Directa defende a possibilidade de apresentação de candidaturas independentes a todos os órgãos políticos electivos, incluindo a Assembleia da República, facilitando o procedimento de formalização;

9. Para o Movimento para a Democracia Directa são imprescindíveis a simplificação do direito de iniciativa popular de apresentação de propostas legislativas sobre quaisquer matérias, o direito de queixa constitucional (recurso de amparo) e o aproveitamento de actos eleitorais para consultas populares, numa plena utilização das virtualidades do referendo como meio normal de decisão política, designadamente em matéria de revisão constitucional."

Peço, a quem concordar, que divulgue a fundação do Movimento pelo grupo de contactos e a publique nos respectivos blogues. Quem esteja interessado em aderir, mas não possa vir à reunião de fundação em Alcobaça neste sábado, ou o pretenda fazer posteriormente, escreva para democraciadirecta.portugal@gmail.com.

Thursday, July 26, 2007

Castelhão, Vilar de Mouros

Santuário rupestre
em Vilar de Mouros





Defender o património arqueológico não é tarefa fácil.Há organismos que o tutelam: mas o desconhecimento, real ou procurado, põe-no em risco. Têm estado na primeira linha de defesa do Património Arqueológico de Caminha instituições locais, a CMC cremos que em primeiro lugar, a COMDECA e a COREMA. Compromissos, interesses confessáveis e inconfessáveis, subavaliação de danos confrontados com mais valias pretendidas, ignorando soluções possíveis, silenciando vozes de protesto de preferência ao diálogo entre todos os que querem o melhor para Caminha, usando e abusando do facto consumado na velha filosofia de que "burro morto, cevada ao rabo", ... vão pondo em risco monumentos cuja perda se lamentará.

Vem isto propósito de um santuário rupestre. recentemente descoberto, em Março de 2006, em prospecção de Cândido Verde, que não é único no Concelho (há vestígios de outro, também em Vilar de Mouros), com certos paralelismos ao santuário rupestre de Panóias (Vila Real), com a particularidade de se encontrar dentro de um castro mineiro, assinalado por estruturas domésticas castrejas de planta circular, e com paralelos conhecidos e em estudo dentro e fora do país.
Castelhão é o nome do sítio, topónimo sugestivo e que indica estar-se na presença de pequeno castro. Fica em frente de Soutelo, lugar com petróglifos de grande interesse e em ambiente do Bronze Final pelo achado de machados de talão e argola dupla nas redondezas.


Coordenadas: 41º53' 11'' N; 08º 46' 13'' W, MG.
Foi o sítio arqueológico preservado do impacto da A28, cremos que devido aos alertas da COMDECA às Instituições competentes e por cuidados havidos pelos construtores, que demonstraram notório respeito pelo Património.
A A28, a W, passa a grande profundidade na sua periferia, ficando garantido o acesso às insculturas rupestres.

Recentemente, uma equipa que está a realizar o levantamento, estudo e classificação, promovendo a divulgação da arte rupestre do Baixo Minho, em fase de publicação, constituída por elementos da COMDECA e recém licenciadas pela UP, fez o levantamento deste santuário, como aliás já o fizera no Monte de Santo Antão, onde há situações de grande interesse arqueológico.

Cuidadosamente registadas, no Castelhão, Vilar de Mouros, as insculturas principais constituem um conjunto de 12 cavidades associadas, de planta quadrangular que originariamente teriam tampa, a avaliar pelos vestígios de ressaltos internos, que em parte delas foram destruídos. Estão implantadas em maciço granítico contínuo numa área aproximadamente de 10,25 m X 5,40 m, em plano inclinado na direcção N/S.

Além das insculturas interpretadas como referentes a santuário, posteriormente, o sítio recebeu gravuras modernas: uma representação escutiforme das armas portuguesas, encimada de coroa e cruz, e ainda um cruciforme de divisão de freguesia ou concelho, com inscrição









Há situações paralelas deste monumento em diversos pontos do país e na Galiza, algumas publicadas e outras inéditas. Em Vilar de Mouros, no Funchal, uma situação análoga ajuda a interpretação pela conexão que tem com uma gruta, que estudo anterior demonstrou ter vestígios de ocupação romana, além de se encontrar à beira da via romana que passa pela ponte de Vilar de Mouros, em direcção ao Minho, no lugar que, na margem oposta, se chama Passage.

Santuários deste tipo, associados a grutas, relacionados com cultos orientais, nomeadamente os dedicados a Mitra, disseminaram-se no Império romano, trazidos pelos legionários.
Planta do santuário rupestre do Castelhão de Vilar de Mouros, Caminha.

Trata-se de um conjunto de 12 cavidades, uma delas inacabada, de dimensões aproximadas, dispostas agrupadas, mas irregularmente alinhadas.
Descrevem-se sumariamente como segue:


Cavidade 1 – Largura 76cm x 76cm - Profundidade 17cm - Altura 14cm até ao ressalto.
Tem ressalto de assentamento em volta, bem delineado, com duas ranhuras para prisão de grelha.
Duas fossetes estão insculturadas na parte superior e outras duas na inferior.



Cavidade 2 – Largura 77cm x 77cm – Profundidade 43cm-Altura 14cm até ao ressalto.
Vestígios de assentamento de grelha.
Posteriormente foi adicionado canal para escoamento no canto inferior direito.
3 fossetes estão insculturadas na periferia.




Cavidade 3 - Largura 76cm x 76cm.
Tem as paredes interiores do lado superior em declive,. Nas laterais há vestígios de pico Um canal de escoamento conduz a uma fossete..





Cavidade 4 - Largura 74cm x 76cm.
Tem ausência de ressaltos para suporte de grelha. Dela partem 2 canais de escoamento um de cada lado da pia. A parte superior em declive,




Cavidade 5 - Largura 74cm x 77cm – Profundidade 36cm.
O canto superior direito da parede está alargado em semi-circulo, terminando aí um canal de escoamento; do canto inferior direito parte um outro canal de escoamento.



Cavidade 6 - Largura 74cm x 75cm.
No lado superior, há vestígios de uma cruz patada de 44cm associada a uma fossete. No espaço entre a cruz e a cavidade encontra-se uma inscrição (-) C (G?) e um S ( F ?) com um ponto entre cada letra. Dela divergem três canais de escoamento. No término do canal do lado esquerdo detecta-se uma incisão triangular que aparenta ser vestígio do iniciar de outra cavidade.





Cruciforme sinalizando limites de antiga divisão de freguesia.





Cavidade 7 - Largura 78cm x 77cm - Profundidade 38cm - Altura 10cm até ao ressalto.
Lado superior muito alto, com falha para suporte de grelha. Na proximidade do inferior canto direito há uma fossete. Entre esta pia e a pia n.º 6 encontra-se uma gravura cruciforme sobre um rectângulo.


Cavidade 8 - Altura 76cm x 76cm.
Com ressalto para grelha, é muito profunda. Observam-se nas paredes marcas de pico. Entre o espaço desta cavidade e a nº 9, existem dois refegos que confluem com outros três vindos da parte superior, formando uma fossete de grandes dimensões.



Cavidade 9- Altura 76cm x 76cm - Altura de 14cm até ao ressalto.
Contíguo ao vértice inferior esquerdo passa um refego, que vai alargando e termina em quatro pequenas fossetes, posicionadas em forma de losango. A cavidade possui um ressalto para suporte de grelha.



Cavidade 10 - Inacabada. A parte inferior encontra-se apenas marcada a pico: Há vestígios de uma fossete. Não foi concluída por deficiências naturais da rocha.




Cavidade 11 - Largura 78cm x 77cm.
Vestígios de ressalto para suporte de grelha, bem visíveis devido à acentuada inclinação do rochedo. O vértice inferior esquerdo é arredondado em semi-circulo; no exterior há uma fossete média, e, próximo, três mais pequenas colocadas em forma triangular.



Cavidade 12 - Largura 76cm x 76cm.
Esta encontra-se a arrematar todo o conjunto das doze cavidades já descritas; situa-se precisamente na linha central do afloramento, no eixo de simetria. Tem a parede do lado superior muito mais alta do que a do lado inferior que é quase inexistente, ficando rasante à superfície do rochedo.


A análise da toponímia levou à descoberta do povoado castrejo, bem documentado pela presença de estruturas típicas. Está instalado num esporão, sobranceiro a uma curva apertada do Coura, dominando-o e servindo-se dele como via de escoamento de minério.
Trata-se de castro mineiro numa zona onde a exploração aurífera, embora secundária, era deveras importante, como se depreende dos registos contemporâneos de reserva de exploração.

A abundância de caciterite não passou despercebida na Antiguidade. Machados de talão do B.F. foram encontrados no lado oposto na Cavada, Aveleira; perto, na Senhora do Crasto, Góios, foi registada a presença de 300. A metalurgia do B.F e, mesmo anterior, nesta área, está sobejamente documentada por múltiplos produtos e fragmentos de moldes. Vestígios da exploração mineira antiga são ainda evidentes em cortas e velhas galerias a que se associaram instalações recentes.

Santuário rupestre, Santo Antão

Santuário Rupestre no Monte de Santo Antão
(Moledo - Caminha)
Mitraeum (?)


Em prospecção realizada a 14 de Abril do corrente ano, no Monte de Santo Antão, concelho de Caminha, por iniciativa de António Baptista Lopes, Augusto de Sá, Raul do Carmo Reis, membros da CONDECA, associação que se dedica à prospecção e defesa do Património Histórico de Caminha, e de Cassilda Barros da Cunha e Fátima Duarte Costa, alunas da FLUP onde concluíram licenciatura em Arqueologia, e Cândido Verde, investigador galego, em equipa que se dedica ao estudo de gravuras rupestres na região do Baixo Minho, detectou-se um santuário rupestre entalhado no afloramento granítico de um esporão a W da capela de Santo Antão, com as seguintes coordenadas:
longitude 08º 35’ 49” W - latitude 41º 08’ 22” N - altitude 320 metros.










Fica implantado num maciço granítico, circundado por uma cerca sub-circular composta de blocos ciclópicos, aparentemente como parapeito exterior, assente em vestígios de muralha mais regular, atribuível à época da romanização (séc. I /III). No plano superior do lado Sul, gravuras rupestres, que se consideram de anterior cronologia, apresentam-se erodidas e, sobre elas, assinalam-se vestígios de assentamento de construções posteriores pertencentes ao santuário.







Petróglifo n.º 1 – decorado com fossetes e com desenho esquemático de quadrícula. A pedra aparenta desgaste para assentamento de alicerces de edificações quadrangulares.













Petróglifo n.º 2 – na parte inferior do rochedo, com fossetes dispersas na periferia, circundando uma diaclase, existe uma espiral feita de segmentos de recta e um conjunto de motivos florais. Nesta pedra está também insculturado um reticulado. Paralelos desta grelha, existem vários neste conjunto de Santo Antão, na Gelfa, e também na outra margem do rio Minho.


Petróglifo n.º 3 – pedra com uma larga fossete associada a motivo floral, com uma haste de onde partem tramos que ligam outras fossetes menores. A haste é atravessada por um cruciforme. A pedra é de formato quadrangular e tem insculturado um quadriculado. Este aparece encostado a uma canelura que tem a sua origem na fossete maior e aparenta tipologia floral.



Petróglifo n.º 4 A – tem reticulado alinhado com uma diaclase, adaptado a uma pedra em forma de sela, com a zona central muito desgastada. Tem uma fossete associada à grelha no canto superior direito.

Petróglifo n.º 4 B – na parte superior tem uma fossete e uma quadrícula alinhada com as diaclases. Esta está associada a um motivo floral na parte inferior.





Petróglifo n.º 5 – tem recticulado alinhado com a diaclase na parte inferior, com uma figura aparentemente escutiforme no seu interior. Na parte central, sem qualquer alinhamento geométrico, tem uma fossete de grandes dimensões, rodeada de outras menores, associadas a caneluras. Na base, parece ter existido, eventualmente, uma fossete com circunferências concêntricas.


A Norte, no plano inferior de todo o conjunto rochoso, na zona central do santuário, ligeiramente inclinado, observaram-se cinco cavidades rectangulares de idêntica tipologia, escavadas em aro, com as seguintes medidas:

n.º 1 - largura 27cm x 46cm x 7cm.
n.º 2 - largura 23cm x 46cm x 6cm.
n.º 3 - largura 27cm x 41cm x 4cm.
n.º 4 - largura 20cm x 41cm x 8cm.
n.º 5 - largura 18cm x 43cm x 8cm.




O conjunto que constitui a parte nuclear do santuário está implantado numa área de aproximadamente 15 metros quadrados
Aproveitou-se a limpeza da vegetação rasteira de ervas, tojo e giestas, que encobria parte dos rochedos, e fotografou-se toda a área.
Trata-se de um santuário, relacionado com cultos orientais que acompanharam a romanização, provavelmente dedicado a Mitra, tendo em conta paralelos existentes.
Santuários como este documentam-se mais três no Monte de Santo Antão e outro em Loivo, Vila Nova de Cerveira, num esporão sobre o rio Minho, em frente à ilha da Boega.


No âmbito envolvente do santuário que descrevemos, dentro do perímetro amuralhado, existe um petróglifo em afloramento, aproximadamente a uns 25 metros para nascente, com as coordenadas:
longitude 8º 50’ 19” W - latitude 41º 50’ 44” N - altitude 388 metros.



Consta de cinco caneluras concêntricas visíveis e tentativa de uma sexta, com fossete central. Mede 80cm x 85cm. É frequente este tipo de gravura em ambos os lados do rio Minho. Várias ornamentam um rochedo em Soutelo do Freixieiro, Viana do Castelo.
Motivo decorativo paralelo existe nas matrizes cerâmicas e na ourivesaria castreja, em peças atribuíveis do período II, de A. C. F. Silva 86.

Friday, May 18, 2007




Ao sair da Catrineta,


Mais achei para contar...


Novidades a cada dia,


Todas elas de pasmar!


As meninas do laranjal


Eram todas de enganar!


O laranjal era horta


Onde pascia uma porca,


boys e girls a mamar!





Uma teta, camarada,
Uma teta te hei-de dar,
Mas só se me disseres
Quem nela está a mamar.

É difícil de enxergar
Dos mamantes a condição;
Andam todos de traseiras
Sem registo nas coleiras
Alguns pegam de empurrão!

Vê se de tetas vaga há
Para nela te encaixar.
Vagas não vejo lá
Tem montes de gente a esperar!

A cadeia alimentar,
Como estão todos a ver
É difícil de alterar!
Uns nela sempre a comer,
Outros a ver e...a definhar!

Tem a porca tantas tetas
Que ninguém pode contar!
A grunhir no pantanal,
Entre moscas prestimosas,
Tudo se passa normal
Neste mundo de rosas!




(gratos pela fotogenia da porca)






















Tuesday, May 08, 2007


Entreguem menina aos pais!


Thursday, January 18, 2007

Laje das Fogaças, Lanhelas




















Fomos hoje, dia 18 de Janeiro, informados, pelos noticiários televisivos, de ter havido uma explosão de materiais de pirotecnia nas ruínas de uma fábrica de Lanhelas, Caminha.

Lanhelas é célebre pelo seu maravilhoso e estonteante fogo de artifício, que faz jus à extraordinária mestria e criatividade do seus mestres fogueteiros.

Mas Lanhelas tem outro património além da sua artesania que faz a animação das festas...a belíssima paisagem e as famosas (para o bem e para o mal!) gravuras rupestres.

As agora mencionadas como sujeitas à explosiva desgraça, pela segunda vez (a primeira aquando da destruição da fábrica), estão na laje das Fogaças, assim chamada pela semelhança que os signos geométricos, nela gravados, têm com os pães regionais consumidos em dias de festividade,as saborosas fogaças.

O que muito poucos saberão é que as gravuras nesse sítio existentes não são só as visíveis na parte exposta do afloramento granítico. Sob a terra do quintal murado e sob o cascalho e saibro do caminho, na zona inferior, mais gravuras estão documentadas.













A notícia desagrada aos amigos do Património...já mais que habituados a más notícias. Ele são regravações, obstruções com aterro, abertura de pedreiras, explosões, ..."caterpilers"...e o mais que se verá.

Adeus valores culturais!

Thursday, January 04, 2007

Foz do Minho desde o Bronze Final

Desde o Bronze Final, os povoados foram progredindo ao sabor das facilidades climáticas e consoante os recursos da agricultura que progredia com a fertilidade dos campos, introdução de sementes e novas técnicas de cultivo e de colheita, e com os melhoramentos tecnológicos que o domínio da metalurgia propiciava, como se comprova pela frequente presença de foices de bronze, de talão e de alvado e variedade de sementes carbonizadas de gramíneas e de cereais. Complementava o homem essa riqueza de facilidade de subsistência com produção e armazenamento de excedentes, com criação de gado e recurso, em alturas de falha de produtos agrícolas, à pesca em rios acessíveis, na actualidade ainda abundantes em espécies piscícolas. Os habitantes da zona mais litoral tinham, além disso, para diversificarem a dieta alimentar, a vantagem de lhes ser possível a recolecção de marisco, circunstância documentada nos detritos de concheiros dentro dos povoados de que é informação exemplar a encontrada no Coto da Pena, Vilarelho, Caminha, e na Coroa de Carreço.A variedade de espécies malacológicas então utilizadas na alimentação continua existente e de consumo generalizado,

No III milénio a economia agro-pastoril tinha-se apropriado das terras mais produtivas. Das sementes que nos chegaram carbonizadas temos testemunhos de espécies que vão ser encontradas em períodos posteriores, do Bronze e Ferro em vários povoados (v. g., Coto da Pena, Vilarelho). A bolota, a fava (vicia faba sp.celtica nana), o trigo (triticum spherococcum globiforme) a cevada (hordeum sp.) eram fornecedoras de matéria para farinação. Havia, linho (lineum humile), e “pesos de tear” de quatro furos, que melhor se interpretariam como separadores de urdidura, e de um furo são frequentes nos ambientes habitacionais a documentarem a confecção de vestuário.

Chegados ao Bronze Final as populações estavam estabilizadas nesta área, com domínio efectivo do território, como demonstram povoados já posicionados em altura, com protecção procurada e reforçada, como é o caso de Santa Tecla e do Coto da Pena, este com estruturas pétreas de defesa desde o Bronze Final.

Foices de talão e de alvado, documentadas em Coto da Pena e em Santa Tecla, de modelos padronizados atlânticos, atestando a procura de eficiência nas tarefas incómodas das ceifas, machados de bronze de talão, que permitem melhor encabamento e reforçam o esforço humano na desflorestação, são frequentes indícios nos povoados desta época. A evidente semelhança de modelos típicos e a sua dispersão demonstram forte relacionamento no quadro de uma vasta área norte-atlântica e uma sociedade de organização económica e social paralela.

Fase I (segundo cronologia de A.C.F.Silva 1986)

O início da metalurgia, nesta zona, representado pelo horizonte de Atíos /Água Branca, com evolução tecnológica e desenvolvimento de organização e hierarquização social, denunciadas por tumulações individuais ricamente guarnecidas dos símbolos do poder, armas de cobre e esplêndida ourivesaria, vão permitir que entre cerca do ano 1000 a.C. e 500 a.C. se desenvolva um processo de formação de um modelo de vida com características específicas no assentamento dos povoados, na gestão do espaço e domínio territorial, com posse efectiva por povos identificáveis, relacionados entre si e com forte coesão a diversos níveis, familiar, de povoados e de conjuntos de povoados, com chefias obedecidas.

Coto da Pena (Vilarelho, Caminha) e Santa Tecla (Pontevedra) documentam no Bronze Final, uma continuidade no relacionamento das duas margens, entre si, com o Norte-atlântico e o mundo mediterrânico, ilustrando a fase IA (A. C. F Silva 1986) nesta área.

Coto da Pena (Vilarelho, Caminha) e Santa Tecla (Pontevedra) documentam, no Bronze Final, uma continuidade no relacionamento das duas margens entre si, com o Norte-atlântico e o mundo mediterrânico, ilustrando a fase IA (A. C. F Silva 1986) nesta área.

Este período de formação notabiliza-se pelo incremento dado à metalurgia. Novas ligas e diferentes tecnologias de fundição que permitem obter lâminas com elasticidade suficiente para aplicação em fíbulas de molas (tipo Alcores e Acebuchal em Coto da Pena). O facto de algumas peças não terem bolhas resultantes de gases da fundição indica que os técnicos metalúrgicos usavam barros porosos na moldagem, o que se confirma pela natureza das coquilhas que têm aparecido em escavação.

Estruturas pétreas defensivas nos povoados, cerca do ano 1000-900 a.C., já se documentam em alguns castros, v. g., em Coto da Pena, Caminha, e não parecem desprovidas de funcionalidade ou ser simplesmente honoríficas. As habitacionais mostram já uma tendência para o circular, com muros espessos e sólidos, de pedra miúda assente em barro.

A listagem de estações e sítios de achados, dá uma ideia de incremento demográfico já no Bronze Final, prenúncio do panorama posterior.

As foices de talão, de tradição atlântica estão em ambos os lados em Tecla e em Coto da Pena (III, 80), documentando o horizonte do Bronze Final em ambos os povoados, acrescendo em Santa Tecla um conto de lança (III, 81, 4) tipo Senhora Guia (Baiões, S. Pedro do Sul), e em Coto da Pena (Vilarelho, Caminha), rebites de caldeirão de bronze (III, 81, 1-3) e fíbulas Alcores e Acebuchal (III, 86, 1,2).


Fase II A

É bem representada nas estações de Coto da Pena (Vilarelho, Caminha, (A. C. F. Silva 1986) e no lado oposto, pelo Castro da Forca e Troña (Hidalgo Cuñarro 1996).

Produtos gregos continuam a chegar através do comércio púnico. Importações itálicas (pré-campaniense; A. C. F. Silva 1986) no Coto da Pena (Vilarelho) e em Santa Tecla comprovam novos relacionamentos comerciais.


Fase II B

O fim da 2 ª guerra púnica (201 a.C.), prenuncia mudanças que para A. C. F. Silva justificam uma fase IIB.

Caminha não teria a expressão de povoamento que hoje lhe cabe. O paroquial suévico chama-lhe Santa Maria de Camenae e Camina e dela fariam parte as antigas freguesias de S. Martinho de Lanhelas, Santa Ovaia de Vilar de Mouros, S. Jacob de Cristelo, S. Paio de Moledo, Santa Marinha de Vilar de Âncora, e Vilarelio onde se encontrava sedeada a “collatione de Sancta Maria de Camina”, ainda hoje considerada a igreja-mãe, a “igreja velha”. Embora sob a égide de Tuy, sede da diocese, o castro do Coto da Pena de Vilarelho apresenta ter, então, mais importância do que a Cividade de Âncora.

Edrici, Ben-Abdala-Ben Edrisi, na Geografía de España, p. 60, em tradução de D. José Maria Condé, refere um castelo em ilha a montante da foz do Minho e outro mais acima do precedente, chamado Abraca, em Camgmena, que foi utilizado em 716 nas incursões árabes contra Tui. Uma tradução recente do texto de Edrisi, em vez de “Abraca”, traz “Boega”, posicionando a fortaleza na ilha assim chamada.

Plínio Velho, com funções oficiais durante o império de Tito e Nero, superintendendo a extracção de metal, fala da navegabilidade do Minho onde circulavam barcos de couro cosidos com linho e não com esparto, encanastrados com vime, transportando produtos até às naves dos comerciantes, manobrados por indígenas, todos considerados descendentes de Gregos “ …a Cilenis, conventus Bracarum, Heleni, Grovii, Castelum Tyde, graecorum sobolis omnia insigne oppidum Abobrica Minius (Naturalis Historia, Lib IV, XXXV).

A importância estratégica do rio Minho foi sempre considerada; não foi esquecido nas campanhas de Brutus, nem depois nas de Caesar.

Decimus Junius Brutus (137-138 a.C.) não passa além do Minho. Caesar ultrapassa-o na segunda e terceira campanhas, estacionando junto do Sil, zona aurífera, não a única nas suas margens.

Caesar Augustus (27a.C.) submete a zona e, apoderando-se da riqueza aurífera, navegando até Tyde e Auria, mesmo até próximo de Lucus, se os 800 estádios apontados por Estrabão são 150 km, não dizendo a que tipo de embarcações era apto em termos de navegabilidade.

A entrada do rio era um ponto estratégico a ter em conta na manutenção da via fluvial aberta.

Paulo Orósio in Historiarum adversus paganos, Livro VIII, XXI, ao referir-se à III campanha de César Augusto realça, no cenário dos combates, o ataque a uma posição iminente, “mons Minio flumini iminens, o Mons Medullius, colocado por alguns na Serra de Arga e por outros perto de Tuy, entre outras propostas incluindo Santa Tecla.

Para A. C. F. Silva, nesta parte do litoral Noroeste, seriam três as entidades maiores. A Sul do Douro, os Turduli têm presença confirmada pelas fontes clássicas (Plínio N. H. IV; Mela, Chorografia, III, 8) e documental pelas tesserae de Monte Murado (Vila Nova de Gaia). Ocupariam a região entre Vouga e Douro.

Os Bracari, posicionar-se-iam entre o Douro e o Lima. Os Grovii teriam um território de correspondente extensão; ocupariam uma zona mais deslocada para Norte do que a assinalada por Mela, entre o Lima e a Ria de Vigo. O centro de maior visibilidade dos Grovii seria Santa Tecla, na margem onde há maior incidência toponímica. Estariam estabelecidos em diversos castella, à direita e à esquerda do Minho, entre eles, a Cividade de Âncora e mesmo Santa Luzia.

Estas três entidades Turduli, Bracari e Grovii assumem importância relevante pela epigrafia, pela toponímia, pelas sequelas do seu domínio perdurante.

Firmín Pérez Losada (2002, 61) destaca a importância de Tuy que assumiu durante a romanização, reconhecida pelas menções de Plínio Velho na História Natural (70 d. C.), de Sílio Itálico na Púnica (fim de séc I d. C.), de Ptolomeu na Geografia (II d. C.), do Itinerário de Antonino (séc.III/IV d. C.) e do Anónimo de Ravena( IV/V d. C.):
“A seguir aos Cilenos, vem o conventus dos Brácaros com os Helenos, os Gróvios, o castellum de Tyde, todos eles descendentes de Gregos” (Plínio IV, 112).
“E os que agora, chamados Gróvios, por corrupção do nome Gregos, da casa (descendência) de Eneias e da Etólia Tyde…”(Sílio Itálico, III, 366).
“Eólia Tyde, fundada pelo errante Diomedes” (Sílio Itálico III, 368).
“Grouvion; Toudai, 8º 20’; 41º 45’”, « Tyde (cidade) dos Gróvios, 8º 20’; 41º 45’» (Ptolomeu, II, 6, 44).
“…Limia m. p. XVIII, Tude m. p. XXIIII, Burbida m. p. XVI…” (Itinerário de Antonino).
“…Limea, Tude, Bonisana,…” (Anónimo de Ravena).

O Paroquial Suévico (572-582), confirma o domínio de Tuy nas duas margens do Minho, mencionando, na listagem das dezasseis igrejas que pertenciam a essa diocese, oito identificadas na margem esquerda (A. Fernandes 1997) que continuaram dependentes de Tuy, sendo menor esse número, na margem esquerda, o identificado por M. Fernández (Pérez Losada (2002):
“ ad Tudensem (sedem) ecclesiae qui(?) in vicino sunt: Turedo, Tabulela, Lucoparre, Aureas, Langetude, Carisiano, Marciliana, Turonio, Celesantes, Toruca. Item pagi: Aunone, Sacria, Erbilione, Cauda, Ovinia, Cartase”.

O esquecimento de Abóbriga e de outras referências pré-romanas a favor de Tuy, sugere que o poder regional até aí repartido por diversos castella dos Gróvios de um e de outro lado do rio, terá sido absorvido por Tuy em época romana que assim se tornaria a sede do domínio. Havendo o precedente destas dependências da margem esquerda, compreender-se-á a futura posição hegemónica de Tuy, que conservou até ao fim da Idade Média, beneficiando do seu estratégico posicionamento no “centro de um contacto cruciforme” segundo a expressão de Jaime Cortesão em “Factores democráticos da formação de Portugal”, no entroncamento das vias fluvial (o Minho) e terrestre (a via XIX). A cultura material abona ainda mais a irmandade das duas margens do Minho, resultante da circulação de produtos e pessoas, intensificada com a romanização, sobretudo após as reformas flavianas na região.

Numa certa continuidade histórica, a margem esquerda do rio Minho permaneceu dependente eclesiasticamente de Tuy até ao século XV.

A localização de igrejas de um e de outro lado do Minho, nos povoados e no campo, vinculadas ao bispado de Tuy, segundo a listagem do Paroquial Suévico, supõe em ambas as margens um substrato comum, abonando a opinião do estabelecimento dos Gróvios em ambos os lados.

São mencionadas as seguintes (identificação de A. Fernandes 1977):


Tude = Tui

Turedo (leitura de P. David), = Touredo, Loureda, A Caniza.Corello
(leitura de M.Fernandez)
Corelo, =Vascões, Paredes de Coura (A. Fernandes).

Tabulela (leitura de P. David), Tabolela = Taboexa, Entre Monção e Puenteareas.

Lucoparre (leit. de P. David), Locoparre = Longovares, Longos Vales, Monção.

Aureas = ?

Langetude = Langude, Pias, Ponteareas (M. Fernández).
= Longe Tude (Longe a Tude)a parte mais afastada da diocese de Tuy (A. Fernandes).

Carisiano = ?

Marciliana = Marcillá, Filgueira, Crecente (M. Fernández).
Marzá ( Marzán), Rosal, La Guardia (A. Fernandes)

Turonio, = Vigo. Turoña, Entieza, Salceda de Caselas (M. Fernández).
Turonho,Vigo (A. Fernandes).

Celesantes = Cessantes, Redondela.

Toruca (leitura de P. David) =Turoqua, actual Pontevedra (M. Fernández)
Toraca (leitura de A. Fernandes) =Taranca, Rio de Moinhos, Arcos de Valdevez. A civitas de Toraca onde se localiza o castelo de Valdevez alterou o topónimo Taranca (séc. XIII) para Villa Tranca (A. Fernandes).

Aunnone (leitura de P. David), Annove = Anova, a Nova, designação actual, da civitas vetus no século XII. Calheiros, Ponte de Lima (A. Fernandes 1997).

Sacria = ?

Erbilione = Ervelho, Cristelo Covo, Valença do Minho. Erbilio ficava junto do morro onde se fundou Valença (A. Fernandes).


Cauda (leitura de P. David)
Canda (leitura de A. Fernandes) = Alvaredo, Melgaço. Perto da Cividade de Paderne, existiu antes da nacionalidade, a igreja dedicada a Santa Maria Canda (A. Fernandes).

Ovinia, = Vinha, antiga designação de Areosa, Viana do Castelo. Nos PMH, Inquis., p. 330, em 1258, vem ainda mencionada como ”parrochia Sancte Marie de Vinea”. A Civitas Ovinia estaria na “Cidade Morta” de Santa Luzia (A. Fernandes).

Cartase = Cartas, Mentrestido, Vila Nova de Cerveira. O topónimo fica perto da Cividade do Cossourado (A. Fernandes).

Firmín Pérez Losada (2002, 64) realça, assim, a posição atingida por Tuy no relacionamento com os castella vizinhos, alguns também mencionados por Plínio e depois esquecidos: Seurbi, Leuni.
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Após os Flávios, a influência do castellum Tyde estabilizou dominando vasta área do Baixo Minho com vários castella cuja identidade se diluiu à medida que Tuy crescia no esquema administrativo romano e dele ficaram dependentes em continuidade histórica.

É sintomático que de dezasseis paróquias suévicas dominadas por Tuy oito, segundo a identificação de A. Fernandes, sejam sucedâneas de castros de expressiva dimensão e estejam na margem esquerda. As restantes oito ou são galegas ou sem identificação conhecida no território português.

Castro do Coto da Pena , Caminha
M 08º 50’ 07’’ P 41º 51’ 58’’ Alt. 123m
Povoado castrejo com ocupação desde o Bronze Final.
Descrição:
Posta de parte a filiação em “Villa Velha” de Luís Figueiredo Guerra, e a de Avis de Brito, Vilar Velio> Vilarelio> Vilarelho> Vilarelho, é de aceitar a explicação, mais simples e natural, de Leite de Vasconcellos, Vilarelho = Villar + elho (de Villariculum).
Cerca de 1120, o árabe Edrici localiza duas fortalezas na foz do Minho, uma mais eminente chamada Abraca. Terá servido de base de operações à invasão de Almançor. Esta poderia estar soterrada no maciço mais alto da muralha da restauração que tem aparência de se servir de estruturas medievais num dos panos. Consta que uma das casas solarengas da sua periferia tem cisterna medieval, conhecida por aluimentos de terreno.
Bem perto de Caminha as Inquisitiones, dão como existente um castelo iminente em Vilarelio.
Está situado em posição eminente ao sapal da margem esquerda do rio Coura, num esporão, na periferia da zona urbanizada.
Silva, A.C.F. fez nele demorada intervenção arqueológica, servindo-lhe o espólio que dele exumou de padrão de confronto cronológico com outras estações que estudou.
Estruturas:
Tem muralha e estruturas habitacionais desde o Bronze Final.
Neste povoado, Silva, A. C. F. detectou evidências de construção pétrea de recinto doméstico, devidamente sinalizadas cronologicamente como do Bronze Final, com fíbulas Alcores e Acebuchal (Silva 1986, Est. CI) e foice de talão aliadas a elementos cerâmicos, o que lhe permitiu fazer remontar a implantação de povoados castrejos ao Bronze Final.

Espólio:
Metais característicos do Bronze Final: além das fíbulas mencionadas e foice de talão, tem xorcas em sanguessuga e pingentes de possíveis arrecadas com paralelos em Santa Tecla e no tesouro do Gaio; cerâmica manual. Materiais documentando presença contínua até Idade Média

A. Baptista Lopes